• Nota da comissão, concelhia do PCP

 Nota da comissão, concelhia do PCP

 

A Comissão Concelhia do PCP reuniu na sexta-feira dia 05/04/2024 para analisar a situação política-nacional e local e perspectivar a sua intervenção, enquanto força política com um projeto de defesa intransigente de uma sociedade de bem-estar, de cooperação, igualdade e solidariedade - caminho aliás consagrado na Constituição de 1976 que deu corpo aos valores conquistados com a revolução de do 25 de Abril.

Nesta análise concluiu-se que sendo muito negativo o resultado das eleições, já que dele resultou uma composição da Assembleia da República que contrariará o prosseguimento do caminho traçado por Abril, isto apenas torna mais difícil o percurso, mas não desvia os comunistas do caminho a trilhar.

Medidas que se impõem como a valorização do trabalho e por conseguinte dos trabalhadores, com tudo o que isso implica nas suas condições de trabalho, de horários e vínculos laborais adequados e humanizados, de uma mais adequada distribuição da riqueza produzida o que leva a salários justos e adequados.

Mas humanizar a vida das pessoas implica serviços públicos de qualidade - saúde, educação, apoios sociais, habitação, etc.

Tendo em conta estas considerações, é com grande preocupação que vemos o recurso sistemático ao capital estrangeiro que, na região, como no país, tem ajudado a destruir a pequena industria e explora de forma escandalosa os trabalhadores. É por exemplo o caso da Faurecia, que tem trabalhadores de mão-de-obra especializada e com várias dezenas de anos de casa a receber, somente, o salário mínimo nacional; que tem trabalhadores contratados por empresas de mão de obra, precários, e que são descartados na primeira oportunidade.

Mas a Faurecia não é caso isolado, veja-se a Sleep 8, recebida com todas as honras ao instalar-se na cidade e que, à primeira ameaça dos lucros da empresa, despede aos molhes.

Neste rol, entra a forma exagerada como as empresas de calçado dependem do mercado internacional, situação que as coloca em tal fragilidade que leva ao encerramento de grandes e boas fábricas que na região e concretamente na cidade, há muito eram marcas de qualidade que prestigiavam a região, enalteciam o trabalho produzido.

Por outro lado, e se os trabalhadores não são respeitados no seu trabalho, se não usufruem do valor real do que produzem, não podem comprar e temos o mercado nacional a não funcionar e, por conseguinte, o pequeno comércio a definhar!...Não tem que ser assim; é possível viver melhor, é preciso dar a volta a isto.

Outro tema discutido foram os transportes colectivos.  Um fator muito importante para a vida das pessoas.  S. João da Madeira é epicentro de uma região bem definida, precisa que os transportes rodoviários existam, funcionem, tenham horários adequados e sejam bem divulgados. Isto não acontece. E, como um mal nunca vem só, a linha do Vale do Vouga tarda em ser percorrida por comboios em circulação continuada, com condições e com percursos e paragens ao serviço das pessoas.

A organização local do PCP continuará a mobilizar os seus militantes, amigos e trabalhadores em geral, para que com coragem e determinação avancem na luta por causas importantes na melhoria da vida de todos e apela envolvimento nas Comemorações do 25 de Abril, particularmente nas comemorações populares promovidas por organizações locais, coletivos em que se envolve a população na defesa dos seus tempos de trabalho e ou usufruto do seu tempo de lazer.

Abril é luta, Abril é festa!

Mas se de Abril se fez Maio, Maio nos 50 anos de Abril terá que ter uma expressão à altura do momento!